Preço médio do metro quadrado na capital paulista foi R$ 6.685, 2% acima do registrado em 2021. Filtro mais aplicado pelos usuários foi ‘Apartamento na cobertura’. Prédio mais alto de São Paulo tem 172 metros e é o primeiro a carregar o título e não estar localizado na região central. Edifício fica no Tatuapé, na Zona Leste da cidade.
Giaccomo Vocio/G1
O bairro do Tatuapé, na Zona Leste da cidade de São Paulo, foi o mais procurado por compradores e vendedores de imóveis em 2022, diz pesquisa feita por plataforma de comercialização de casas e apartamentos.
O preço médio do metro quadrado na capital paulista foi de R$ 6.685, 2% acima do registrado em 2021. (veja mais dados abaixo)
Pedro Capetti, especialista de dados do QuintoAndar, disse que não foi uma surpresa o Tatuapé aparecer no topo do ranking, já que era o segundo mais procurado da plataforma
“São regiões bem localizadas, com ampla oferta de serviços e transportes e que passaram por transformações nos últimos anos, com lançamento de novos empreendimentos, e que possuem um preço intermediário em comparação com outras regiões da cidade. Isso acaba gerando uma maior atratividade para esses distritos”, destacou.
A pesquisa ressalta ainda a presença do prédio residencial mais alto da cidade, de 50 andares e 172 metros de altura, que fica no bairro e foi inaugurado no final de 2022.
Bairros com mais procura em 2022:
Tatuapé
Vila Mariana
Mooca
Pinheiros
Butantã
Ipiranga
Moema
Santana
Itaquera
Bela Vista
O economista do QuintoAndar, Vinicius Oike, explicou que o mercado imobiliário na capital manteve o aquecimento registrado nos últimos anos mesmo com o aumento dos custos do financiamento imobiliário e da desaceleração registrada no fim do ano.
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“O resultado agregado foi de estabilidade tanto de vendas como de valores. Em certas regiões, houve alta nos preços”, apontou Oike.
Via em Moema, na Zona Sul de SP
Reprodução/Google Street View
Retorno do Minha Casa Minha Vida
O relatório diz ainda que o retorno do programa Minha Casa Minha Vida deve representar uma importante fonte de demanda para o setor imobiliário.
“Nos últimos anos, boa parte do volume de vendas registrado no país foi representado pelo segmento de Médio e Alto Padrão. A retomada do Minha Casa Minha Vida traz a perspectiva de fomentar a moradia no segmento econômico, com subsídios por parte do governo, redução da taxa de juros e maior prazo de financiamento do imóvel, de até 35 anos”, explicou Capetti.
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“A possibilidade de compra de imóveis usados para famílias de renda média, entre R$ 2.640 e R$ 8 mil, dentro do programa, também deve gerar demanda no mercado secundário. No passado, durante o auge, o programa chegou a representar cerca de 75% do mercado residencial brasileiro, segundo dados da Câmara Brasileira da Industria da Construção”, completou.
Outros números do relatório
Bairros mais caros (por metro quadrado do imóvel):
Moema: R$ 10.571
Consolação: R$ 9.464
Vila Mariana: R$ 8.717
Saúde: R$ 8.076
Bela Vista: R$ 7.833
Bairros que mais valorizaram
Bela Vista
Ipiranga
Mooca
Panamby
Butantã
Bairros que mais desvalorizaram
Santa Cecília
Cambuci
Vila Mariana
Moema
Brooklin
Filtros mais aplicados
Apartamento cobertura
Armários na cozinha
Armário embutido no quarto
Novos ou reformados
Sol da manhã
Apesar de apartamentos na cobertura serem comumente mais caros que os localizados em andares mais baixos, esse foi justamente o filtro mais aplicado pelos usuários do QuintoAndar em 2022.
O que pode parecer uma contradição — diante da realidade financeira da maioria da população brasileira — tem uma explicação baseada em diferentes perfis de consumo e pesquisa na plataforma.
“Filtros são facilitadores para que o usuário encontre o imóvel ideal baseado nas preferências. Em alguns casos, somente com o filtro vamos conseguir encontrar determinada característica. Em outros, conseguimos observar a partir das fotos ou podemos abrir mão para colocar depois”, pontua Pedro Capetti.
“No caso do apartamento cobertura, trata-se de uma filtragem muito específica, de um desejo específico e que não é possível adquirir depois, como seria no caso de um armário. Por isso ele aparece no topo, por mais distante que esteja da realidade brasileira. Muitas vezes, o desejo por um item essencial pode não aparecer na listagem entre os principais, mas nem por isso deixa de ser indispensável e de ser levado em consideração”, completou.