Suspeitos de agredir homens em encontros marcados via app LGBTQIA+ são presos no RS

Dois foram presos e um terceiro suspeito, já no sistema penitenciário, teve a prisão preventiva decretada. Polícia identificou ao menos seis vítimas do golpe em Porto Alegre. Prints de conversa entre homem e dupla suspeita de agressão em Porto Alegre
Reprodução
Duas pessoas foram presas preventivamente, nesta sexta-feira (31), por suspeita de agredir homens durante encontros marcados por um aplicativo de relacionamento direcionado ao público LGBTQIA+ em Porto Alegre. Além dos dois suspeitos, um rapaz de 21 e outro de 22 anos, um terceiro homem, de 27 anos, que já estava em uma penitenciária, teve a prisão preventiva decretada.
Segundo a delegada Andréa Mattos, titular da Delegacia de Combate à Intolerância, dois dos presos ofereciam sexo a três no aplicativo. Ao menos seis casos de roubo seguido de extorsão foram identificados, com boletins de ocorrência registrados na delegacia. A polícia também recebeu denúncias anônimas, de pessoas que não quiseram formalizar seus relatos.
“As vítimas desse tipo de golpe são pessoas esclarecidas que ficam até com um pouco de vergonha por terem caído”, diz a delegada.
‘Trauma brutal’, diz vítima de golpe por aplicativo
O encontro era marcado para ocorrer na casa da vítima do golpe. Os suspeitos chegavam ao local usando máscara e, após ingressar na residência, anunciavam o roubo. Em alguns dos casos apurados, os homens eram agredidos e hostilizados em razão da orientação sexual.
“A quadrilha tinha exatamente o mesmo modus operandi, tanto na atração das vítimas quanto na consumação do delito. O ideal é que esses encontros sejam marcados em locais públicos, pelo menos o primeiro, e que tenha sempre uma terceira pessoa que saiba que esse encontro vai acontecer”, explica a delegada Andréa Mattos.
Ao g1, uma das vítimas do golpe, que preferiu não ser identificada, relatou como os criminosos agiam. O jovem disse ter sido amarrado e agredido com socos e coronhadas pela dupla. Ele foi forçado a transferir dinheiro via Pix para uma conta bancária.
“Assim que a gente entrou, o agressivo me deu um soco na nuca e puxou um revólver. Ele meio que comandava a ação. Ele falou: ‘deita na cama, isso aqui é um assalto’. Falou para o outro me amarrar”, disse a vítima das agressões.
A Polícia Civil afirma que as vítimas do golpe perderam, ao todo, R$ 18 mil, além de objetos como televisores, computadores, notebooks, aparelhos de celular e roupas.
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31/03/2023 18:00

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