Rendimento cresceu 3,3%, mas média salarial feminina é de R$ 3,5 mil enquanto entre homens é de R$ 4,6 mil. Dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal. Mulher trabalha com notebook, em imagem de arquivo
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A remuneração feminina no DF cresceu 3,3%, entre o 2º semestre de 2021 e o mesmo período em 2022. Mais do que entre os homens, cujo rendimento médio salarial cresceu 1,4%. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), e foram divulgados nesta terça-feira (7).
Mas apesar do crescimento ser maior, as mulheres no DF continuam recebendo menos. A média salarial feminina é de R$ 3.560 e a dos homens é de R$ 4.604 .
“É um cenário que se mantém conjuntural. A gente vem, boletim após boletim, mostrando a permanência dessas desigualdades. Apesar de avanços nos últimos anos de politicas sociais, isso ainda não foi suficiente para colocar as mulheres em situação de igualdade aos homens no mercado de trabalho e espaços de poder” , diz Juliana Estanislau, Coordenadora de Estudos e Pesquisas Quantitativos em Políticas Sociais do IPEDF
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O aumento no rendimento médio das mulheres, em Brasília, foi de 10,7% para quem tem carteira assinada e de 12,5% entre as autônomas. No setor público houve queda de 4,9%.
Desemprego
De acordo com a pesquisa, a taxa de desemprego feminino caiu de 19,4% para 16,9% no segundo semestre de 2022. A redução é mais acentuada do que a observada entre os homens, que passou de 14,5% para 16,9%.
A pesquisa mostra ainda que a força de trabalho feminina permaneceu estável em 803 mil pessoas, sendo 667 mil ocupadas e 135 mil desempregadas em 2022. No segundo semestre de 2022, houve crescimento de ocupadas de 2,9%, o que resultou na baixa do contingente de desemprego feminino.
Apesar da redução do desemprego, a pesquisadora Juliana Estanislau explica que há uma sub-representação feminina no mundo do trabalho remunerado, já que há uma maior presença e sobrecarga das mulheres com o trabalho não remunerado, como tarefas domesticas e atividades de cuidado.
“O fato das mulheres gastarem mais tempo com trabalho não remunerado, é que elas dispõe menos tempo para estar no mercado de trabalho, disputando as vagas com os homens. Além disso, elas têm menos tempo para atividades de descanso, lazer, saúde e nutrição. É uma conta que não fecha e continua sobrecarregando as mulheres”, diz a pesquisadora.
Estrutura ocupacional
Segundo o IPEDF, no 2º semestre de 2022, 4 em cada 5 ocupadas do Distrito Federal eram do setor de serviços. As atividades de administração pública, defesa e seguridade social, e os segmentos da educação, saúde humana e serviços sociais correspondem a mais de um terço da ocupação feminina na capital federal.
A pesquisa aponta também um crescimento da presença feminina nos setores de alojamento e alimentação, artes, cultura, esporte e recreação de 12,7% para 13,4%. Nos setores de informação e comunicação, atividades financeiras, de seguros e serviços e científicas e técnicas, o percentual passou de 10,3% para 10,8%.
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