Dados contabilizam ações do Ibama, Polícia Federal, Força Nacional, Funai e PRF no território. Mangueiras usada na exploração ilegal de minério é queimada pelo Ibama na Terra Yanomami
Arquivo pessoal
A operação contra garimpeiros ilegais na Terra Yanomami já destruiu 200 acampamentos montados na floresta, oito aeronaves e 84 balsas e embarcações em no primeiro mês de atuação de fiscalização intensa contra os invasores no território. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (14).
Os números do primeiro mês de ofensiva reúne dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – a primeira instituição a deflagrar operação contra os garimpeiros na terra indígena, Polícia Federal, que investiga os invasores, e também da Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Rodoviária Federal e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Em 30 dias foram destruídos, ainda,172 motores e geradores de energia, apreendidos 27 toneladas de cassiterita, 11,4 mil litros de combustíveis, além de geradores de energia, equipamentos como maquinários para extração de minérios, motosserra, mercúrio, modens de internet via satélite, celulares, uma tonelada de alimentos, além de armas e munições.
Os números do Ibama também contabilizam 570 gramas de ouro apreendidos e R$ 10.144.500 em multas aplicadas aos invasores ambientais.
Helicópteros do Ibama em operação contra garimpeiros na Terra Yanomami
Arquivo pessoal
Na véspera de completar um mês de operação, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi à Terra Yanomami na base de fiscalização montada em Palimiú para frear a ação dos garimpeiros e, do alto, se surpreendeu com a destruição: “A degradação é imensurável”, disse.
Atualmente, há duas operações contra garimpeiros em curso na Terra Yanomami: a do Ibama, deflagrada dia 6 de fevereiro, e a Libertação, da PF, que teve início dia 10 de fevereiro – as duas são ações do governo federal contra os garimpeiros e, embora iniciadas em datas diferentes, são executadas em conjunto por meio de força-tarefa entre os órgãos de segurança.
Ibama queima helicóptero, avião e máquinas de garimpeiros na Terra Yanomami
O diretor de Meio Ambiente e Amazônia da PF, delegado Humberto Freire, afirmou que a ideia é atuar para garantir os direitos da população impactada pela atividade ilegal.
“Estamos atentos às expectativas que a sociedade brasileira e o mundo têm em relação aos temas relacionados à Amazônia e ao meio ambiente de maneira geral, e atuaremos de forma a garantir os direitos das populações afetadas, enfrentando a criminalidade organizada com o objetivo de alcançarmos todos os elos da cadeia criminosa da mineração ilegal”, disse.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanaomami está em emergência de saúde pública devido ao cenário de desassistência. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território.