Mulheres têm nível de escolaridade maior do que o dos homens em SP, mas salário de negras é metade dos homens não negros

Taxa de desemprego de mulheres negras (14,2%) no estado, no final de 2022, é mais do que o dobro da dos homens não negros (5,8%) e, também, maior do que das mulheres não negras (9%), diz Fundação Seade. Movimentação de pedestres na Avenida Paulista em São Paulo (SP)
Celso Tavares/g1
Dados divulgados nesta terça-feira (07) pelo “Perfil da Mulher Paulista: demografia, escolaridade, trabalho e renda”, publicado pela Fundação Seade, do governo de São Paulo, indicam que as mulheres paulistas têm maior nível de escolaridade do que os homens no estado.
Segundo estudo, a proporção de mulheres que concluíram o ensino superior supera a de homens nas faixas até 54 anos.
Na faixa de 25 a 34 anos, 34% das mulheres completaram o ensino superior. Já os homens, nesse mesmo grupo etário, são 27%. Em 2022, 36% de mulheres com 25 anos ou mais concluíram o nível médio e 26%, o ensino superior.
Apesar das mulheres representarem um nível maior de escolaridade, o rendimento por hora das mulheres negras é de R$13,86, metade do que recebem os homens não negros (R$ 27,15). Já o rendimento das mulheres não negras (R$ 22,09) é maior do que das mulheres negras e também dos homens negros (R$ 15,65).
As mulheres negras (pretas e pardas) representam 37% do total no estado.
Em 2021, 31% das mulheres de 18 a 24 anos não estudavam nem trabalhavam. Além disso, o mercado de trabalho não apresenta condições favoráveis às mulheres negras, tendo em vista que a taxa de desemprego de mulheres negras (14,2%) no estado, no final de 2022, é mais do que o dobro da dos homens não negros (5,8%) e, também, maior do que das mulheres não negras (9,0%).
“Sou mulher negra, nasci na Bahia, sou mãe, tenho 32 anos, sou bacharel em Direito e, assim, me vejo em cada tópico dos resultados desta pesquisa. Hoje no comando da Secretaria de Políticas para a Mulher, a primeira da história em SP, defendemos os direitos das mulheres e estes dados servem como base na definição de políticas públicas que garantam oportunidades para que todas exerçam esses direitos e vivam mais e melhor, com saúde, segurança e sucesso”, afirma a secretária da Mulher, Sonaira Fernandes.
No 3º trimestre de 2022, mulheres do estado de São Paulo representam 33% dos empregadores (369 mil) e 38% dos trabalhadores por conta própria. Entre as empregadoras, 337 mil (91%) têm empreendimento formal. As 824 mil trabalhadoras (39%) por conta própria também formalizaram sua atividade.
Quantas mulheres?
A população feminina do estado de São Paulo é formada atualmente por 23 milhões de mulheres e corresponde a mais da metade de toda a população paulista (51%) e 21% em relação a população feminina brasileira, ou seja, um quinto de toda a população brasileira é formada por mulheres paulistas.
Em 2040, a população feminina deve atingir seu pico no Estado e passará a ser de 24,5 milhões e meio, decrescendo a partir de então, resultado da interação entre os níveis decrescentes de fecundidade e migração com o acréscimo da esperança de vida.
Origem
A origem das mães paulistas é diversa. Em 2021, 23% das mulheres paulistas que foram mães eram baianas, mineiras, pernambucanas, alagoanas, paranaenses e estrangeiras. As demais eram naturais de SP (77%).
As informações foram compiladas pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), com dados do IBGE e da PNAD Contínua 2021.

07/03/2023 22:48

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