Alternativas como passagens subterrâneas ou por cima da pista e aplicativo de mapeamento de estradas com alerta de risco de atropelamento são algumas formas de prevenir acidentes. Iniciativas ajudam na prevenção de acidentes com animais em rodovias de Minas Gerais
Em Minas Gerais, iniciativas ajudam a prevenir o atropelamento de animais nas estradas.
As passagens subterrâneas ou por cima da pista que liga Brumadinho a Belo Horizonte são o caminho mais seguro para muitos animais.
Os macacos atravessam a estrada com tranquilidade, longe dos carros. Por baixo, seguem filhotes de jaguatirica, paca, esquilo, quatis.
Atropelamentos estão entre as principais causas de morte de animais silvestres
Nos últimos dois anos, foram feitos mais de 8 mil registros de passagens de animais pelas estruturas construídas num trecho cercado de 60 km.
A proteção da fauna é uma das medidas que a Vale teve que adotar como reparação pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério em 2019.
“A gente tem que garantir a oportunidade, a possibilidade que eles continuem se movimentando e desenvolvendo, executando as atividades naturais e normais que eles necessitam para sobreviver”, diz a analista ambiental Cristiane Cäsar.
As ações para preservar os animais que atravessam as rodovias ainda são insuficientes no Brasil. Diante dos atropelamentos diários de milhares de bichos, o Ministério Público de Minas Gerais – estado com a maior malha rodoviária do país – negocia com o poder público e concessionárias de estradas mais medidas para proteção da fauna.
“Atraves do diálogo, chegar a um consenso mediante a implementação de medidas mitigadoras e compensatórias, a respeito desse dano à biodiversidade. Caso isso não seja possível, infelizmente o Ministério Público vai ter que recorrer ao Judiciário mediante a proposição das ações civis públicas”, diz a coordenadora estadual de Defesa dos Animais MP/MG, Luciane Imaculada de Paula.
Na MG-050, no centro-oeste de Minas, o motorista pode ligar para um serviço 0800. A concessionária da rodovia faz o resgate. O animal é levado para uma fazenda e recebe tratamento.
A tecnologia também pode ajudar a levar mais proteção às rodovias. Já é possível ter na palma da mão o mapeamento de mais de 40 mil km de estradas em 13 estados do Brasil.
Alvo no aplicativo indica os trechos com maior risco de atropelamento de animais. Se a área é perigosa para animais silvestres ou domésticos, o alerta é enviado para o motorista. A tecnologia foi desenvolvida por uma startup dentro da Universidade Federal de Lavras, no sul de Minas. O esforço da empresa agora é mapear todas as rodovias pavimentadas no país.
“Nós conseguimos entender padrões que levam a esses atropelamentos e por isso a gente consegue prever essas áreas, e nós utilizamos inteligência artificial para isso”, conta a gestora do aplicativo U-SAFE, Érica Castro.
O Bernardo e a Cláudia já levam a tecnologia junto com a bagagem quando viajam.
“É um ganho duplo, tanto para os animais quanto para o ser humano, que está com uma ferramenta a mais para evitar acidentes na rodovia”, afirma o biólogo Bernardo Barroso.
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