Por estarem presos, os imigrantes não conseguiram fugir do fogo que tomou conta do prédio. Os mortos eram de países da América Central e da Venezuela. Incêndio mata 40 pessoas em centro de imigrantes na cidade mexicana de Juárez
Um incêndio matou 40 pessoas em um centro de imigrantes na cidade mexicana de Juárez.
Por que 68 homens estavam presos num lugar que teoricamente é um abrigo? O governo do México ainda não respondeu. Por estarem presos, os imigrantes não conseguiram fugir do incêndio que tomou conta do prédio. 29 vítimas foram hospitalizadas em estado grave.
A venezuelana Viangly contou que estava vivendo na rua com o marido e os três filhos esperando a análise de documentos para entrar nos Estados Unidos. Afirmou que tinham autorização para estar em Ciudad Juárez, mas que na segunda-feira (27) à noite a polícia mexicana levou o marido dela para esse lugar.
Por volta das 22h, quem estava do lado de fora viu a fumaça tomar conta do edifício. Viangly contou que os funcionários saíram correndo sem abrir as portas.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta terça-feira (28) de manhã que os homens ficaram revoltados por terem sido tirados da rua na segunda (27) à noite e por saberem que seriam deportados. Então, teriam atearam fogo a colchões do lado de dentro.
Os mortos eram de países da América Central e da Venezuela. Esses imigrantes passam pelo México para tentar entrar nos Estados Unidos. Antes, tinham o direito de esperar pelo processo em território americano. Desde a pandemia, os imigrantes sem documentos são mandados de volta para o México, que não tem condições para lidar com o aumento do fluxo.
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No dia 12 de março, um vídeo foi publicado pela imprensa local mostrando centenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças, pedindo ajuda aos americanos, dizendo que a polícia de imigração mexicana estava tirando o pouco que eles têm. O prefeito disse, depois disso, que a paciência estava se esgotando.
Organizações de direitos humanos denunciam que imigrantes estão sendo criminalizados. O secretário-geral da ONU pediu uma investigação minuciosa da tragédia.