Segundo a polícia, quatro pessoas já denunciaram o caso até esta sexta-feira. Secretaria de Estado de Educação informou que o caso está sendo averiguado pela pasta. Fachada da Escola Estadual Almirante Tamandaré, em Valparaíso de Goiás
Google/Street View
Funcionários denunciaram a diretora de uma escola estadual por crimes de racismo e homofobia, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a delegada Samya Barros, pelo menos quatro pessoas denunciaram o crime na quinta-feira (23) e nesta sexta-feira (24). À polícia, algumas das vítimas contaram ter sido chamadas de ‘negra imunda’ e ‘viado nojento’.
“Funcionários chegaram reclamando que ela estava utilizando expressões injuriosas, principalmente com relação à raça, a orientação sexual de alguns funcionários, e fazendo piadas”, explicou a delegada.
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Segundo a polícia, quatro pessoas realizaram a denúncia até o momento. De acordo com o advogado das vítimas, Suenilson Saulnier, até o momento registraram a denúncia dois funcionários da conservação e limpeza, um professor e uma ex-coordenadora, que pediu e conseguiu transferência para outra unidade escolar. O advogado ainda considerou as denúncias como “extremamente graves”, em um ambiente que “deveria ser de ensino e aprendizado” (veja nota completa ao final da reportagem).
O g1 tentou contatar a escola por ligação às 15h desta sexta-feira para um posicionamento, mas não obteve retorno. A reportagem ainda solicitou um posicionamento à diretora por mensagem e aguarda retorno.
Ao g1, a Secretaria informou que os documentos das denúncias de racismo e maus tratos cometidos pela gestora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré serão remetidos à corregedoria e à procuradoria da pasta para análise, averiguações e medidas legais cabíveis (veja nota completa ao final da reportagem).
A polícia explicou que a investigação está na fase de ouvir os depoimentos das vítimas. Segundo a delegada, uma das funcionárias contou ter sido acusada pela diretora de furtar produtos da escola. À corporação, uma das vítimas também relatou que a gestora teria a humilhado ao fazê-la pegar uma banana
O advogado das vítimas acrescentou que essas ofensas contra os funcionários ocorrem há cerca de quatro anos. Um coordenador escolar também foi mencionado como autor de difamações contra funcionários. O g1 não conseguiu localizá-lo para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Nota na íntegra do advogado das vítimas:
“Estamos diante de denúncias extremamente graves por parte de quatro servidores, envolvendo em tese os crimes que vão do assédio moral, injúria , difamação, calúnia, homofobia e racismo. Tudo isso em um ambiente que deveria ser de ensino e de aprendizado. Por óbvio haverá a oportunidade a defesa dos envolvidos, contudo em se confirmando as acusações, é um escândalo sem precedentes na estrutura da educação pública estadual. Acreditamos tanto no compromisso da Secretaria de Estado da Educação, como na Polícia Civil do Estado de Goiás, enquanto a uma apuração célere, isenta, e dentro dos preceitos legais.”
Nota na íntegra da Seduc:
“Conforme informações da Coordenação Regional de Educação (CRE) de Novo Gama, três professores do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, de Valparaíso de Goiás, fizeram, nesta sexta-feira, 24/3, um Boletim de Ocorrência às autoridades policiais da cidade com denúncias de racismo e maus tratos cometidos por gestor da escola.
Os documentos serão remetidos à Corregedoria e à Procuradoria Setorial da Seduc/GO para análise, averiguações e medidas legais cabíveis.”
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