Categoria segue orientações do sindicato e paralisou parcialmente as atividades para pressionar o Governo Federal e o STF para fazer o reajuste. Protesto dos enfermeiros em Caruaru reuniu profissionais da categoria
Reprodução/SEEPE
Enfermeiros que trabalham unidades de atendimento à saúde de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, aderiram à convocação para um ato público da categoria, realizado em diversas cidades do país nesta sexta-feira (10). A movimentação tem como objetivo pressionar o Governo Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) para implantar o piso salarial nacional.
Em Caruaru, a concentração dos manifestantes começou às 9h no Grande Hotel, no Centro. A manifestação provocou paralisação parcial dos serviços de atendimento à saúde.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Caruaru, na rede de urgência e emergência da rede pública de saúde houve adesão de 20% dos profissionais. Sendo assim, de cada 10, dois profissionais paralisaram as atividades.
Protesto dos enfermeiros realizado em Caruaru
Reprodução/Redes sociais
Sindicato orienta paralisação
O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (SEEPE) divulgou orientações para os manifestantes. “Nossa greve é por tempo indeterminado para pressionar o governo e o STF a implementarem nosso piso salarial”, diz o SEEPE por meio de nota.
Nesta sexta-feira (10), a orientação foi de que os grevistas realizassem atendimentos nas unidades de saúde da seguinte forma:
Atenção básica (PSF, UBT, PACS), serviços ambulatoriais e aqueles que não funcionam 24h – 100% parados;
Serviços de média e alta complexidade (policlínicas, maternidades, centros de parto normal e hospitais, exceto serviços de urgência) – 50% parados;
Serviços de urgência, emergência, bloco cirúrgico, SRPA, UTI e centros exclusivos de vacinação contra Covid-19 – 20% parados.
O sindicato orientou ainda que haja um revezamento entre quem está na assistência às unidades de saúde e os grevistas para que todos participem do movimento.
Piso da enfermagem
Em julho de 2022, foi aprovada na Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para aumentar o piso nacional para a remuneração de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras.
Em agosto do ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que fixou o piso em R$ 4.750, para os setores público e privado. O valor ainda serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%).
Com isso, a categoria seria remunerada da seguinte forma:
Enfermeiros: R$ 4.750
Técnicos de enfermagem: R$ 3.325
Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375
Parteiras: R$ 2.375
No entanto, em setembro de 2022 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a suspensão da lei até que sejam analisados os impactos da medida na qualidade dos serviços de saúde e no orçamento de municípios e estados.
Enfermeiros participam de ato em Caruaru para reivindicar implantação do piso nacional
