‘Ele é um monstro, não tem como chamar de professor’, diz vítima de abuso sexual sobre ex-técnico de vôlei de clube em Porto Alegre

Rodrigo Schmidt Garcia, 52 anos, foi preso por estupro de vulnerável em Canoas, na Região Metropolitana. O técnico já havia sido condenado em 2016 a 15 anos de reclusão em regime fechado. Vítimas relatam abusos de ex-técnico de vôlei em clube de Porto Alegre
A reportagem da RBS TV conversou com duas das vítimas de abuso sexual praticado pelo ex-técnico de vôlei Rodrigo Schmidt Garcia. Elas treinavam com o homem, hoje com 52 anos, no clube Geraldo Santana, em Porto Alegre. Rodrigo já havia sido condenado em 2016 a 15 anos de reclusão em regime fechado e foi preso na sexta-feira (3) em Canoas, na Região Metropolitana, por estupro de vulnerável.
”Ele é um monstro, ele é um monstro. Não tem como chamar de professor. Professor é um educador”, desabafa uma das vítimas.
Rodrigo atuou em ao menos cinco clubes da capital. Ele treinou a seleção gaúcha de vôlei e chegou a conquistar um título nacional.
A defesa de Rodrigo Schmidt Garcia disse que só vai se manifestar na Justiça. O presidente do clube Geraldo Santana, Rogerio Vieira, afirmou que vai se pronunciar quando tiver informações sobre as denúncias investigadas. A Federação Gaúcha de Voleibol disse que afastou Rodrigo após uma denúncia e que ele não teve mais qualquer vínculo com a entidade. A instituição acrescentou que “os fatos noticiados são inaceitáveis e não condizem com o esporte”.
Relatos
Após guardarem durante toda a adolescência a dor e a revolta, as vítimas resolveram revelar como ocorriam as violações. Os crimes ocorreram no ginásio do clube Geraldo Santana, onde o treinador dava aulas de vôlei.
”Levantou minha blusa e tocou nos meus seios, quieto assim, e disse: ‘é isso que eu quero fazer contigo’. E aí eu fiquei totalmente paralisada”, relembra uma das vítimas.
Uma segunda vítima, hoje com 28 anos, conta que os abusos ocorreram quando tinha entre 10 e 15 anos de idade.
”Eram carícias, abraços forçados, mordida no pescoço, selinho, depois beijo na boca, segurar a mão nele”, relata a mulher.
As vítimas dizem que a Federação Gaúcha de Voleibol deveria ter adotado medidas mais austeras assim que as primeiras denúncias foram reveladas.
”Se realmente ele tivesse sido banido da federação gaúcha de voleibol em 2001, se ele não tivesse mais como atuar como professor de voleibol, não teria acontecido isso comigo em 2004, né, no período 2004, 2005”, lamenta uma das mulheres.
De acordo com a Polícia Civil, o crime de estupro de vulnerável prescreve vinte anos depois da vítima ter completado 18 anos. Assim, o técnico pode ser responsabilizado pelos casos que estão sendo revelados agora.
Ex-técnico de vôlei abuso sexualmente de atletas em clube de Porto Alegre
Arquivo Pessoal
Nome falso
Rodrigo Schmidt Garcia havia fugido para a Espanha, mas chegou a ser preso por seis meses. Graças a um habeas corpus, ele conseguiu a liberdade e voltou para o Brasil.
Em Canoas, onde morava, o homem se apresentava para a vizinhança com um nome falso. O local foi monitorado por policiais da 15ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
A confirmação de que o foragido morava no local veio após a análise de anotações que estavam em um saco de lixo em frente a residência. Em um pedaço de papel havia as iniciais de quem naquele dia estava jogando baralho e uma nota fiscal.
”Nós estamos à disposição, aguardando que essas vítimas, que na época eram menores, venham. Procurem qualquer delegacia aqui de Porto Alegre, Delegacia da Mulher ou a 15ª DP, que será dado o encaminhamento correto para que esse cidadão permaneça o máximo tempo preso, porque é o que ele merece”, afirma o delegado César Carrion.
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09/03/2023 00:40

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