Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,18%, cotada a R$ 6,0302. Já o principal índice da bolsa de valores avançou 0,39%, aos 123.338 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar abriu a sessão desta quarta-feira (22) em queda, conforme investidores continuavam a precificar os possíveis rumos da política tarifária norte-americana com a chegada de Donald trump na presidência dos Estados Unidos.
Na véspera, o republicano voltou a reforçar a promessa de impor tarifas de 10% à China e à União Europeia, além de aventar a possibilidade de impor alíquotas de até 25% contra México e Canadá. (Entenda mais abaixo)
Além disso, o mercado também acompanha o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) em Davos, na Suíça, e segue atento aos desdobramentos do quadro fiscal brasileiro.
Na agenda, balanços corporativos e dados econômicos locais e internacionais ficam sob os holofotes.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h05, o dólar operava em queda de 0,43%, cotado a R$ 6,0041. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,18%, cotada a R$ 6,0302.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,58% na semana;
recuo de 2,42% no mês e no ano.
a
Ibovespa
As negociações no Ibovespa, por sua vez, começam as 10h.
Na véspera, o índice avançou 0,39%, aos 123.338 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,81% na semana;
ganho de 2,54% no mês e no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Os efeitos da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos continuam a fazer preço nos mercados nesta quarta-feira (22). Além das ordens executivas assinadas no seu primeiro dia de mandato, novas afirmações do republicano sobre um possível “tarifaço” a outros países trouxeram dúvida sobre eventuais impactos no comércio global.
Na véspera, durante um evento promovido na Casa Branca em seu segundo dia mandato, Trump prometeu atingir a União Europeia com tarifas e disse que seu governo já está discutindo a imposição de uma alíquota de 10% sobre os produtos importados da China a partir de 1º de fevereiro.
O republicano também ameaçou impor tarifas para o México e para o Canadá, afirmando que há preocupação com o fluxo de drogas provenientes desses dois países.
Juros, dólar e bitcoin: o que o mercado espera de Donald Trump e quais os impactos para o Brasil
Sobre a relação de Trump com o Brasil, continuam a repercutir as falas recentes do republicano, quando afirmou que a relação dos Estados Unidos com a América Latina e com o Brasil “é excelente”, mas destacou que a região “precisa mais dos Estados Unidos” do que o contrário.
“A relação é excelente. Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós”, respondeu Trump ao ser perguntado se iria falar com o presidente Lula e como seria a relação com o Brasil e com a América Latina.
A frase foi dita em resposta a uma pergunta da repórter da TV Globo Raquel Krähenbühl sobre se Trump falaria com o presidente Lula e como seria a relação com Brasil e América Latina feita enquanto o presidente americano assinava os primeiros decretos do novo mandato no salão oval da Casa Branca.
O presidente Lula afirmou que torce por uma “gestão profícua” (ou seja, proveitosa) por parte de Trump, afirmando que o Brasil “não quer briga” com os Estados Unidos.
“Tem gente que fala que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. O Trump foi eleito para governar os EUA e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore e para que os americanos continuem a ser histórico ao que é do Brasil”, disse Lula.
“Da nossa parte, não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia e nem com a Rússia”, seguiu.
Desde sua campanha, o novo presidente dos EUA tem sinalizado uma agenda mais protecionista no país, indicando que deve priorizar o fortalecimento da atividade doméstica norte-americana e limitar a concorrência estrangeira.
Assim, investidores seguem incertos sobre quais podem ser os impactos econômicos das medidas do republicano e quais podem ser os efeitos que essas propostas eventualmente tenham no Brasil.
Por aqui, o mercado segue atento aos desdobramentos do cenário fiscal, em meio às preocupações sobre o Orçamento, que ainda não foi aprovado.
Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, listou as prioridades do governo na política econômica para este ano, indicando a necessidade de fortalecimento do arcabouço fiscal e citando a reforma do imposto de renda.
Na agenda doméstica, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, deve ser divulgado na próxima sexta-feira e trazer mais indicações sobre o futuro da taxa básica de juros, a Selic, por aqui.