Na Vila Sahy, área mais afetada pelo temporal na região, 70 imóveis estão condenados. Nesta segunda-feira (6), 16 mil alunos da rede municipal da cidade voltaram às aulas. Defesa Civil derruba casas em São Sebastião e famílias tentam recomeçar após tragédia
A Defesa Civil de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, começou a demolir as casas atingidas pelos deslizamentos de terra causados pelo temporal que atingiu a cidade no mês passado.
Na manhã desta segunda-feira (6), máquinas limpavam o terreno que vai ser usado como base da operação na Vila Sahy. No bairro, local mais afetado pela tragédia, cerca de 70 imóveis foram condenados e, até agora, mais de mil caminhões com entulhos já foram retirados.
No fim de semana, o trabalho começou em Itatinga, na região central do município. O trabalho nas áreas de risco depende das condições de tempo, já que muitos imóveis ficam em pontos de difícil acesso.
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JH
Quem perdeu tudo, ainda tenta salvar objetos e pertences que foram deixados para trás. O construtor Paulo Pereira contou à equipe do Jornal Hoje que está ajudando vizinhos a guardar o que conseguiram recuperar:
“Além deles perderem bastante coisa, nessa hora não tem lugar onde por. Aí eu falei: vamos acolher o que pode, colocar aqui dentro na garagem. E lá em cima tem bastante coisa: tem TV, tem bastante coisa aí”.
Os moradores de São Sebastião vivem também a expectativa de um recomeço. Nesta segunda, os 16 mil alunos da rede municipal voltaram às aulas nas escolas. Muitos não viam os amigos desde o temporal, há duas semanas.
“Ele estava ansioso de vir para a escola, porque ele ficou com medo de ter perdido amigos, né? E ele só acredita se ele ver, tanto que ele viu vários amiguinhos e ficou feliz”, contou uma mãe, a caseira Maria Cícera da Silva.
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A secretária de Educação de São Sebastião, Marta Braz, afirma que a prefeitura também está preocupada em acolher os estudantes após todo o sofrimento causado pela tragédia.
“Além de cuidar da garantia das aulas acadêmicas dos nosso alunos, nós também estamos preocupados nesse acolhimento, em trazer uma atividade que vai cuidar da saúde mental e emocional dessas crianças”.
O ambulante Renato Dantas, um dos moradores que teve a casa condenada pela Defesa Civil, está com emprego novo, em um restaurante, e agora quer reconquistar seu teto.
“Consegui um trabalho. É uma esperança, né? Dá folego de vida e esperança em Deus. E quando tem Deus, tem uma resposta. Devagarzinho, vamos conquistando as coisas de novo”, afirma.
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