No dia anterior, o principal índice da bolsa de valores de São Paulo fechou em alta de 0,94%, aos 136.889 pontos. Já a moeda norte-americana subiu 0,23%, cotada a R$ 5,4922.
bearfotos/Freepik
O dólar opera com volatilidade nesta terça-feira (27), oscilando entre leves altas e baixas, ainda com o mercado repercutindo o tema dos juros aqui e lá fora, mas com cautela por conta das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
No Brasil, expectativa para a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central do Brasil (BC). Cotado ao cargo, ele estava em evento em Teresina (PI) nesta segunda quando foi chamado a Brasília pelo presidente Lula (PT) para ficar de “sobreaviso” em caso de indicação oficial.
Também, nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia oficial da inflação, subiu 0,19% em agosto, puxado pela alta nos preços da gasolina. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: Copom endurece discurso, e deixa a dúvida: a Selic pode subir?
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Tensão no Irã e economia brasileira
Dólar
Às 09h30, o dólar subia 0,07%, cotado a R$ 5,4958. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,23%, cotada em R$ 5,4922.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 2,86% no mês;
alta de 13,18% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,94%, aos 136.889 pontos. na máxima do dia, chegou a 137.013 pontos.
Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumulou:
alta de 7,24% no mês;
ganhos de 2,01% no ano.
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
No cenário nacional, a expectativa para a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central do Brasil (BC) cresce cada vez mais e o mercado monitora isso. Cotado para substituir Roberto Campos Neto, ele estava em Teresina (PI) e antecipou o retorno a Brasília nesta segunda-feira a pedido do presidente Lula (PT), apurou a TV Globo.
Atual diretor de Política Monetária do BC, Galípolo foi chamado para ficar de “sobreaviso”, caso Lula decida oficializar a sua indicação, que terá de ser aprovada pelo Senado.
Apesar de próximo de Lula e Haddad, Galípolo é um nome bem recebido pelo mercado por já ter se mostrado técnico e comprometido com o combate à inflação alta no país.
Na semana passada, em um discurso duro, ele afirmou que suas falas recentes não colocaram o BC em um “corner” em relação ao que será feito com a Selic em setembro, mas repetiu que a autarquia subirá a taxa básica se necessário.
Nos últimos dias têm ganhado força entre instituições financeiras a avaliação de que, em função de falas recentes de Galípolo, consideradas “hawkish” (duras com a inflação), o BC terá que subir a Selic em pelo menos 25 pontos-base em setembro mesmo em meio à relativa melhora do cenário externo.
Nesta segunda, Galípolo disse que os dados indicam que a economia brasileira parece estar em um estágio distinto da economia norte-americana — que começou a dar sinais de moderação.
“A atividade está aquecida, se mostrando dinâmica no Brasil (…) Tem mostrado bastante dinamismo”, afirmou ele, durante participação em evento de comemoração dos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina (PI).
Com essas falas, cresce a expectativa de que o BC pode promover uma nova alta nos juros nos próximos meses. Taxas maiores aumentam a rentabilidade dos títulos públicos brasileiros, o que atari investidores e pode valorizar o real em relação ao dólar.
Os juros também são um tema central na agenda dos investidores internacionais, sobretudo após o discurso de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole na sexta, afirmando que “chegou a hora” de cortar os juros.
“Faremos tudo o que pudermos para apoiar um mercado de trabalho forte, ao passo em que progredimos mais em direção à estabilidade de preços”, disse Powell, que também garantiu que a instituição “não busca e nem recebeu bem uma desaceleração nas condições do mercado de trabalho”.
Os juros americanos estão no maior patamar em mais de 20 anos, entre 5,25% e 5,50% ao ano. E havia expectativa desde o início do ano para o momento em que o Fed fosse iniciar o ciclo de redução das taxas.
Depois de vários adiamentos por conta dos dados mais fortes de inflação e atividade da economia americana, o mercado de trabalho dos EUA começou a mostrar um desaquecimento no início deste mês e os resultados de inflação voltaram a mostrar que os preços estão mais comportados.
Com isso, Powell afirmou na sexta-feira que o atual nível das taxas de juros dá “amplo espaço” para que o Fed responda aos riscos, inclusive os números baixos de emprego. Essa afirmação joga ainda mais luz a uma dúvida que tomou os mercados nas últimas semanas: qual será a magnitude do corte promovido pelo Fed em sua próxima reunião.
As tensões no Oriente Médio também continuam no radar do mercado.
No domingo (25), Israel declarou emergência e lançou ataques ao sul do Líbano após identificar uma ofensiva do grupo terrorista Hezbollah. Como a região é a mais importante produtora de petróleo do mundo, a commodity começou a semana com altas de quase 3%.
Apesar da troca de ataques intensos, como mostra o blog da Sandra Cohen, os dois lados calibram suas reações para evitar uma escalada maior do conflito.