‘Falas Femininas – Histórias Impossíveis’ estreia segunda (6) na Globo em homenagem à mulher

O roteiro é assinado por três mulheres negras e traz histórias com duas realidades sociais diferentes em conflito. No primeiro episódio, a história de jovem empregada doméstica que aposta na educação para mudar de vida. Duas mulheres de realidades sociais diferentes protagonizam o especial ‘Falas Femininas – Histórias Impossíveis’
Duas realidades sociais diferentes em conflito. De um lado, uma patroa. Do outro, uma jovem empregada doméstica que aposta na educação para mudar de vida. Na abertura da semana em homenagem à mulher, a TV Globo exibe nesta segunda (6) o especial “Falas Femininas – Histórias Impossíveis”.
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No primeiro episódio, um retrato do Brasil real: a empregada doméstica Mayara está no último dia de trabalho. Ela passa no vestibular e decide investir na vida acadêmica. Até que a patroa, que a considerava “como da família”, pede que a jovem desista da universidade para continuar trabalhando na casa. 
A protagonista Mayara é vivida pela atriz Luellem de Castro. Na trama, a profissão atravessa gerações. A mãe e a avó dela também eram empregadas domésticas. Até que ela resolve interromper este ciclo.
“O Brasil, ele é repleto de Mayaras. É um país que tem a escravidão como base.  E, infelizmente, algumas Mayaras já passaram aí dos seus 50, 60 anos sem conseguir se enxergar e ter um apoio, uma força para viver outra vida”, diz a atriz.
A patroa Laura mora em um apartamento em Copacabana, na zona sul do Rio. Ela é mãe solo de uma menina. Para Isabel Teixeira, que dá vida a personagem, o episódio deve trazer reflexões ao público.
“Quem vai se desestruturar totalmente é Laura, porque vai ter o sistema quebrado e que faz a casa dela funcionar de alguma maneira. Mesmo ela sendo uma pessoa com uma cabeça mais aberta, que preza uma igualdade entre as pessoas, está arraigada e não consegue ter distanciamento para ter discernimento”, reflete a atriz.
O roteiro é assinado por três mulheres negras. 
“A universidade hoje em dia tem mais de 100 Mayaras. Os espaços acadêmicos, as profissionais liberais, eu acho que elas estão aí, elas já são uma realidade. Ela representa o que já está acontecendo, não é o que está por vir. Ela é uma realidade”, diz Renata Martins
“Eu acho que ela é uma representação de alguma forma sobre o descuido, o descaso que existe com corpos como os nossos. Sobre como, de alguma forma, a sociedade brasileira ainda acha que pode delimitar até onde mulheres pretas podem ir, o que que elas podem alcançar”, afirma Jaqueline Souza.
“Além de mostrar um confronto, jogo ou uma situação entre uma mulher negra e uma mulher branca, traz as perspectivas sobre as subjetividades dessas personagens. Acho que é uma história que para além de contar sobre o bem e o mal, ela se posiciona politicamente. E traz a pergunta: o que é uma mulher?”, pondera Grace Passô.
Mulheres que ocupam o mesmo espaço, mas que emergem de duas realidades diferentes.
“Acho que a arte ajuda a escancarar aquilo que está normalizado… A arte provoca um pouco dessa reflexão, ajuda as pessoas a se emocionarem com aquele personagem, com aquela história”, diz a diretora artística Luisa Lima.
“Quando a gente vê realmente essa cena da Mayara, limpando essa janela, é uma coisa cotidiana. Ninguém discute isso. E há vários acidentes, há várias pessoas que morrem por conta disso. E a nossa sorte é que a gente está falando de ficção e a gente consegue manipular essa realidade, e por isso são histórias impossíveis.”, explica a diretora Everlane Moraes. 
Até novembro, serão cinco episódios, com diferentes temas, criados a partir dos temores femininos.
“Me marcou muito porque é um trabalho que foi escrito por 3 mulheres pretas. Trabalho alguns anos da minha vida, e pouquíssimos em que pessoas pretas estavam envolvidas no dizer, na forma, na condução de como as coisas iam ser feitas, então isso já é para mim um marco gigantesco”, celebra a atriz Luellem de Castro.
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06/03/2023 01:33

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