Assassinato e acusação de canibalismo: veja casa de brasileiro morto em Amsterdã por amigo que fugiu com carne na bagagem

O Fantástico foi até a Holanda e ao interior de Minas para contar a história do brasileiro que tentava fugir da Europa – com carne na bagagem – depois de ter assassinado outro brasileiro. Assassinato e acusação de canibalismo: veja a casa em que brasileiro foi morto em Amsterdã
Uma mãe que procura explicações para o assassinato do filho, ocorrido essa semana na capital da Holanda. O brasileiro Begoleã Mendes, de 25 anos, é o assassino confesso. Ele tentou fugir da Europa com carne na bagagem. A reportagem do Fantástico foi à Holanda e ao interior de Minas Gerais para explicar essa história – e esteve na cena do crime.
Brasileiro suspeito de homicídio é preso em aeroporto de Lisboa com pedaços de carne em mala
Em mensagem de áudio enviada a amigos depois do crime, Begoleã diz por que matou o também brasileiro Alan Lopes, de 21 anos.
“Ele pegou um marroquino, decepou o cara dentro do açougue, mano, igual um porco. Ele me mostrou o vídeo. E me chamou lá na casa dele para eu comer um pedaço da carne do cara. Aí, na hora que ele tentou me pegar, mano, eu tava com uma faca. Eu fui reagir e passei ele, tá ligado?”, afirmou.
Foi em uma casa a 20 minutos do centro de Amsterdam onde o crime aconteceu. E onde, por vários momentos nos últimos três anos, o jovem brasileiro de 21 anos acolheu e deu um lar para o próprio assassino. A casa já foi liberada pela perícia, mas a mãe e as irmãs de Alan não querem voltar para lá.
“Ele pode ter tido um estado psicótico, alguma coisa ele imaginou, ele passou a acreditar naquilo. E foi onde tudo começou”, afirma Kamila dos Anjos Lopes, irmã da vítima.
Uma amiga de Alan, que pediu para não ser identificada e conhece o açougue em que ele trabalhava, duvida da história contada por Begoleã, de que Alan teria matado um marroquino para comer a carne dele.
Em Matipó, interior de Minas Gerais, a família de Begoleã contou ao repórter Júlio César Santos que certa vez o brasileiro relatou ter sido atacado na Holanda. Não disse por quem nem por quê. E disse também que sentia medo de algo que não podia explicar.
“Ele chegou a falar que foi dormir na casa de uma pessoa um dia, aplicaram uma injeção no peito dele, no outro dia ele acordou ‘zonzinho’. Um dia ele me falou assim: mamãe, eu não posso te falar, que vai ser muito difícil eu explicar”, conta a mãe.
A família conta que Begoleã estava no quarto período de odontologia em uma faculdade particular em Matipó, quando, em 2019, largou os estudos para tentar ser lutador em Amsterdã. Ele trabalhava fazendo biscates em obras e como entregador de aplicativo, enquanto treinava em uma academia.
Logo depois do assassinato, Begoleã fez uma chamada de vídeo para a família, em Minas Gerais, dizendo que tinha agido em legítima defesa. A família admite que pediu então que Begoleã fugisse.
De trem, Begoleã foi para a Bélgica e, de lá, conseguiu um voo para o Brasil, com escala em Lisboa.
Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, ao passar pela imigração, o brasileiro apresentou uma carteira de identidade italiana falsa. As autoridades descobriram que havia um mandado de prisão contra Begoleã, expedido pelas autoridades holandesas, por homicídio.
Na mala, a polícia portuguesa encontrou roupas sujas de sangue e uma embalagem com pedaços de carne. Begoleã disse às autoridades que era carne humana. Mas o laudo da perícia portuguesa ainda não foi divulgado.
Em nota, a polícia de Amsterdam diz que Begoleã “é suspeito na Holanda de homicídio doloso ou culposo, e não é suspeito de canibalismo” e que o corpo de Alan era um corpo completo.
Veja reportagem completa no vídeo acima.
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06/03/2023 01:59

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