Motoristas em Ribeirão Preto, SP, gastaram R$ 3,3 bilhões com veículos em 2022, diz levantamento

Segundo pesquisa, custos subiram 13,7% em relação a 2021 motivados por pandemia e aplicativos. Tendência é de que despesas continuem em alta, diz especialista. Aumenta em 15% valor da manutenção de carros em Ribeirão Preto, SP
O carro é peça fundamental no trabalho de Hélio Borges, que atua como taxista de pets em Ribeirão Preto (SP). Ele chega a rodar de 150 a 200 quilômetros por dia levando e trazendo animais domésticos de clínicas médico veterinárias. Na última manutenção do veículo, ele gastou cerca de R$ 4 mil.
“Os deslocamentos são muito grandes e é um grande volume de quilômetros por dia. Quando tem a manutenção mais grave, fico muito tempo sem trabalho e isso afeta muito no custo final do mês. Essa é uma despesa que leva muito tempo para se diluir no trabalho. É um custo muito alto, além do próprio desgaste do veículo no dia a dia. Combustível nas alturas e despesas com manutenções altas”, afirma.
A alta percebida no dia a dia de Hélio se reflete em uma pesquisa feita por uma empresa que analisa o comportamento do consumidor no mercado. Segundo o levantamento, os custos com veículos em Ribeirão Preto subiram 13,7% em 2022, se comparados a 2021.
Hélio Borges chega a rodar 200 quilômetros por dia em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
No ano passado, motoristas de Ribeirão Preto gastaram R$ 3,3 bilhões, sendo que em 2021, as despesas com veículos somaram R$ 2,9 bilhões.
Os custos, segundo a IPC Maps, levam em conta a compra do veículo, combustível, consertos, estacionamentos, manutenções com pneus, óleo, peças e lavagens. O Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) não foram levados em consideração.
De acordo com o coordenador do IPC Maps, Marcos Pazzini, o aumento nas despesas é um reflexo da pandemia de Covid, principalmente pelo hábito de consumo, e ao número de pessoas trabalhando com aplicativos de motoristas.
“Isso gerou uma demanda por produtos de delivery tanto de produtos comprados pela internet como de refeições, e aí a gente não tinha uma estrutura adequada para essa demanda que foi criada. Muita gente viu nisso uma oportunidade de comprar um veículo, seja um carro ou uma moto, e partir para esse serviço de delivery. Atrelado a isso você teve também a questão da maior oferta de táxis por aplicativo. Isso levou a uma corrida para a compra de veículos de duas rodas ou quatro rodas, o que acabou elevando o preço, demandando mais manutenção, mais combustível porque eles passaram a ser usados como ferramenta de trabalho, e não lazer”, afirma.
Moradores de Ribeirão Preto, SP, gastaram mais de R$ 3 bilhões com carro em 2022
Reprodução EPTV
Para Pazzini, a tendência de subida deve permanecer pelos próximos anos, já que o carro se tornou a fonte de renda para muitos trabalhadores que perderam o emprego, principalmente com serviços de entrega.
“Esses serviços de delivery eles aumentaram muito no período pós-pandemia e a população não mudou os hábitos de consumo pós-pandemia no sentido do delivery A população passou a enxergar as compras on-line como uma ferramenta útil. Quando você compra on-line você aguarda a entrega que tem que ser feita por um meio físico, um carro, um caminhão, uma moto”, afirma Pazzini.
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05/03/2023 21:14

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