Corpo de mulher atropelada em Realengo é enterrado; família acusa militar de dirigir embriagado

Dilceia Nascimento estava com uma amiga na calçada de um bar, quando um carro desgovernado atingiu as duas. Amiga foi levada à unidade de saúde. Sargento do Exército seria o condutor. Dilceia Nascimento morreu atropelada em Realengo
Reprodução/TV Globo
O corpo de Dilceia Nascimento, de 52 anos, foi enterrado na manhã deste domingo (5) no Cemitério do Murundu, na Zona Oeste do Rio. A cerimônia começou por volta das 11h. Ela foi atropelada por um carro desgovernado em Realengo, na noite de sexta-feira (3).
O velório foi marcado por muita emoção. Descrita como uma mulher forte, a família conta que Dilceia se virava como podia para ajudar os quatro filhos e 12 netos. Era cuidadora de Idosos, diarista, vendia quentinhas na Comunidade da Light, em Realengo, e ainda ajudava seus conhecidos.
“Ela era uma mulher guerreira, batalhadeira, ajudava todo mundo da comunidade. Se ela tinha 2kg de arroz, não era dela, era da comunidade,” lembra Marcela dos Santos, prima e comadre da vítima.
Dilceia Nascimento, de 52 anos, estava bebendo com uma amiga em uma rua de Realengo, quando um carro desgovernado a atingiu
Arquivo pessoal
Na noite da última sexta-feira (3), Dilceia estava na calçada de um bar, com a amiga Fernanda Cristina de Jesus, quando um carro desgovernado a atingiu na Rua General Azeredo.
A irmã de Dilceia, Deise Maria, diz que a batida foi muito forte e ela morreu na hora. Já Fernanda foi socorrida pelo Samu e levada à uma unidade de saúde, onde deve passar por uma cirurgia.
“Jogou minha irmã na parede, no poste. Minha irmã está toda quebrada. Minha irmã não merecia isso”, lamenta, Deise.
O motorista, identificado como Odilon Bustamante, é sargendo do Exército. Segundo testemunhas, o militar estava embriagado e, após atropelar as mulheres, ainda sacou a arma e atirou para o alto.
Depois, ainda de acordo com testemunhas, Odilon parou um entregador de pizza que passava pelo local, subiu na garupa da moto e fugiu.
“Ele fez o que ele fez e ainda atirou na comunidade. Ele estava armado, alcoolizado, bebado, desceu a rua cambaleando. Álcool e direção. Não tá certo isso, gente! Tem que ter um jeito. Ela vai ser mais uma nas estatísticas?”, questiona a prima Marcela.
Mulher é morta atropelada por carro desgovernado dirigido por um sargento do Exército
O Comando Militar do Leste (CML) disse que o caso está sob a responsabilidade dos órgãos de Segurança Pública. O órgão reiterou que “o Exército brasileiro não compactua com irregularidades, repudiando atitudes e comportamentos que estejam em conflito com a lei, com os valores militares e com a ética castrense.”
Odilon se apresentou à polícia neste sábado (4), acompanhado de um advogado, e deve prestar depoimento na segunda-feira (6). O caso é investigado pela 33ª DP (Sulacap).

05/03/2023 17:33

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