Prefeitura cita como motivo da redução o fato de que o reaproveitamento desses itens tornou-se fonte de renda para um número maior de famílias na pandemia. Ecoponto localizado no Jardim Oriente, em Piracicaba
Divulgação/ Prefeitura de Piracicaba
A Prefeitura de Piracicaba (SP) estuda passar a aceitar também materiais recicláveis nos ecopontos da cidade. O projeto-piloto deve começar pela região do Água Branca, a partir de colaboração com entidades gestoras. A medida busca reverter uma queda de 38,2% na coleta seletiva nos últimos quatro anos. Atualmente, os ecopontos aceitam resíduos de construção civil, móveis e restos de jardinagens.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap), Alex Salvaia, durante uma audiência pública na Câmara, na terça-feira (28), convocada pelo vereador Gustavo Pompeo (Avante).
Após chegar a retirar de circulação 3.539.500 quilos de materiais recicláveis em 2018, maior número da série histórica registrada pela Secretaria Municipal , a coleta seletiva recuou para 2.366.680 quilos em 2020, 1.967.880 quilos em 2021 e 2.187.125 quilos em 2022. A prefeitura cita como motivo o fato de que o reaproveitamento desses itens tornou-se fonte de renda para um número maior de famílias na pandemia.
O secretário disse que um projeto viabilizado em parte com recursos estaduais de emenda parlamentar deve equipar os ecopontos com caçambas, gerando “provável mudança” na disposição dos resíduos.
Salvaia citou a criação de uma lei que regulamenta a coleta seletiva em condomínios como um dos passos para reverter a queda no volume de material reciclável recolhido na cidade. A medida prevê o cadastramento dos coletores autônomos que fazem esse serviço.
A prefeitura também quer firmar termos de colaboração com novas entidades que atuem no ramo, já que atualmente somente a Cooperativa do Reciclador Solidário é a destinatária de todo o material reciclável coletado pela Piracicaba Ambiental, prestadora do serviço de coleta de lixo desde 2012, por meio de parceria público-privada (PPP).
“Esperamos que em 2023 aumente consideravelmente a coleta seletiva em Piracicaba, porque, nesse quesito, o nosso número é um dos piores do Brasil”, afirmou o secretário.
O titular da pasta afirmou, ainda, que neste ano deve ser colocado em prática, nas escolas do município, um projeto para a distribuição de sacos plásticos de duas cores diferentes para estimular que façam a separação, em suas casas, entre os materiais recicláveis e os não-recicláveis. “Estamos fazendo um planejamento em conjunto com a área de comunicação e a Secretaria de Educação. O projeto deve ser apresentado em 30, 60 dias para a sociedade, depois a licitação. Já estamos com isso no nosso radar.”
Aumento na varrição
Também conforme dados divulgados no encontro, a coleta domiciliar de resíduos alcançou 134.180 toneladas em 2022, contra 107.296 toneladas em 2021 e 117.476 toneladas em 2020. Já a varrição de vias e logradouros públicos, que variou entre 13.400 e 15.000 quilômetros de janeiro de 2020 a julho de 2021, foi gradualmente elevada até se estabelecer em 24 mil quilômetros a partir de julho de 2022.
O secretário atribuiu o aumento da área varrida, que influenciou no acréscimo dos valores pagos pela prefeitura à Piracicaba Ambiental, ao fato de que “a cidade cresceu e não houve incremento no serviço”.
Audiência pública foi realizada na tarde desta terça-feira, na Câmara Municipal de Piracicaba
Guilherme Leite/ Câmara Municipal de Piracicaba
47 autos de infração
Alex Salvaia observou que a prefeitura atua para que o contrato com a Piracicaba Ambiental “seja plenamente cumprido” e citou como exemplos os 47 autos de infração aplicados à empresa em 2021. “Os fiscais da prefeitura eram proibidos de acessar o Ecoparque, e isso foi mudado em 2021. De lá para cá, temos certeza de que melhorou consideravelmente a prestação de serviços”, afirmou o titular da pasta.
O diretor executivo da empresa, Gerson Rosa, também presente na audiência pública, afirmou que desde o início da “PPP do Lixo”, em 2012, a Piracicaba Ambiental investiu cerca de R$ 200 milhões no município, segundo .
Também disse que a empresa já sanou 91% dos itens que geraram autos de infração e citou como exemplo a renovação da frota dos caminhões usados na coleta e o aumento da varrição de ruas. Também indagado, por um internauta que participou via Facebook, sobre a falta de regularidade na coleta domiciliar de resíduos, Luiz Nunes afirmou que “hoje o cronograma é 100% funcional” e que “a prefeitura tem acesso aos rastreadores que monitoram os caminhões”, o que assegura o controle da qualidade de execução do serviço.
Alex Salvaia pediu que reclamações do tipo sejam sempre registradas pelo telefone 156 para serem avaliadas “caso a caso”.
“Houve situação em que olhamos o rastreador e o caminhão tinha passado 15 minutos antes, a pessoa foi quem deixou para colocar o material posteriormente; mas também há casos de falta de passagem do caminhão por deliberação própria do motorista. É possível a pessoa dizer a rua em que mora e o número da casa e dá para a gente saber quando passou na porta dela”, explicou.
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