Desde agosto de 2022, a estudante e mais cerca de 70 crianças e adolescentes são alfabetizados pela rede municipal de ensino de Teresina. Crianças venezuelanas retornam às aulas na rede municipal de ensino em Teresina
Após receber aulas de português e aprender a conversar no idioma, a estudante Yumili Delvalle Gonzalez, de 14 anos, sonha em ser professora. Desde agosto de 2022, ela e mais cerca de 70 crianças e adolescentes indígenas venezuelanos abrigados em Teresina participam do programa Alfabetização Sem Fronteiras.
“Eu achei bom, feliz, muito feliz. Conseguir entender português. Quero ser professora”, afirmou Yumili, com o sotaque venezuelano.
O projeto é idealizado pelas Secretarias Municipais de Educação (Semec) e de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, Ministério Público do Estado (MPPI) e Governo do Piauí.
Alfabetização sem fronteiras: estudante venezuelana de 14 anos da rede municipal de Teresina sonha em ser professora
Reprodução
Agora, crianças e jovens em idades de 6 a 17 anos estão em sala de aula e não mais em canteiros de avenidas e praças da cidade pedindo esmola.
Nesta semana, as crianças indígenas venezuelanas retornaram às aulas na rede municipal de ensino. Elas assistem aulas de português, espanhol e Warao, que é o dialeto falado por eles. Na Escola Municipal do Mocambinho, na Zona Norte de Teresina, 20 crianças recebem aula.
Alfabetização sem fronteiras: estudante venezuelana de 14 anos da rede municipal de Teresina sonha em ser professora
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Esses estudantes nunca tinham frequentado uma sala de aula e também não sabiam escrever os próprios nomes. A maioria deles chegou em Teresina em maio de 2019, fugindo da crise que atinge a Venezuela. Atualmente, 306 vivem em abrigos na capital piauiense.
Professores aprenderam dialeto
Os educadores que lecionam para essas crianças e adolescentes fizeram um curso para aprender a falar em espanhol e também na língua tradicional dos indígenas venezuelanos. Há 10 anos Larissa Oliveira é professora e não imaginava que um dia teria tamanha responsabilidade de alfabetizar alunos estrangeiros.
Alfabetização sem fronteiras: estudante venezuelana de 14 anos da rede municipal de Teresina sonha em ser professora
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“É um grande desafio, porém é um desafio apaixonante. É você trabalhar com outra cultura, você se empenhar para que dê certo. Porque o maior objetivo desse trabalho é que ele dê certo”, explicou.
E a lição número 1, segundo a professora, é respeitar as individualidades, aos poucos as diferenças culturais vão deixando de ser um obstáculo e a união do desejo de ajudar dos professores e a vontade de aprender dos alunos vem trazendo bons resultados.
Alfabetização sem fronteiras: estudante venezuelana de 14 anos da rede municipal de Teresina sonha em ser professora
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Para a coordenadora pedagógica, Jéssica Caldas, da Escola Municipal do Mocambinho, os professores também aprendem com os alunos venezuelanos. “Sempre respeitando a individualidade e a cultura de cada um. Na realidade, a gente tem que pensar na nossa língua, em espanhol e na língua deles, a gente está aprendendo com eles, não só ensinando”, disse.
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