Governo faz reunião ‘conclusiva’ para fechar projeto nesta quarta, segundo ministro da Fazenda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (28) que a proposta de arcabouço fiscal elaborada pelo governo para substituir o teto de gastos será divulgada ainda nesta semana.
Segundo Haddad, uma reunião “conclusiva” deve ser realizada nesta quarta (29) com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para fechar os últimos pontos ainda em aberto da proposta. A divulgação, neste caso, deve ser feita até sexta (31).
A reunião entre Haddad e Rui Costa chegou a ser prevista para esta terça, mas foi adiada porque o ministro da Casa Civil apresentou sintomas gripais e preferiu não viajar a Brasília.
“Portanto, essa semana, nós vamos divulgar. A lei propriamente, ela tem prazo para ser encaminhada e é o dia 15 de abril, porque tem que estar compatível com a LDO. Mas isso não impede de já dizer qual vai ser a nova regra, o novo arcabouço fiscal”, declarou.
A LDO citada por Haddad é a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelece os parâmetros para a elaboração do orçamento do ano seguinte. Por lei, esse texto tem que ser enviado ao Congresso até 15 de abril – o governo pretende enviar os dois textos em conjunto.
O que é o arcabouço fiscal?
A proposta de arcabouço fiscal em elaboração no governo é um conjunto de regras para disciplinar os gastos do governo – e, com isso, evitar que a dívida da União aumente de forma descontrolada.
Hoje, quem cumpre esse papel é o teto de gastos, que entrou em vigor em 2017 e impede o governo de expandir as despesas públicas em um ritmo maior que a inflação do período.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é contra a vigência do teto de gastos e defende a ampliação do gasto em obras, investimentos federais e políticas públicas, por exemplo.
O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro defendia o teto, mas, na prática, furou a regra de austeridade por diversas vezes em quatro anos.