Projeto da Defensoria Pública de Goiás ajuda no combate à violência doméstica

O curso ‘Elas Dizem Não’ é uma parceria com o Ministério das Mulheres e dá aulas sobre tema tão grave quanto familiar: a violência doméstica, que leva ao feminicídio. Projeto da Defensoria Pública de GO ajuda mulheres a saírem do ciclo de violência doméstica
Um projeto da Defensoria Pública de Goiás está ajudando mulheres a saírem do ciclo de violência doméstica.
A aula é sobre um tema tão grave, quanto familiar.
“A cada sete segundos, uma mulher escorrega no banheiro, e a cada 1h30, uma não sobrevive para contar a próxima mentira”, diz um trecho da aula.
Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas
Do outro lado da tela estão mulheres como a Janine, a costureira de 30 anos foi espancada pelo ex-companheiro até quando estava grávida de três meses e perdeu o bebê. Janine conseguiu recomeçar a vida, e com o curso, sente que está cada vez mais longe daquele ciclo de violência.
“Você começa até a se sentir melhor porque sabe que tem aquele poder de falar não”, fala a costureira Janine Silva.
O curso “Elas Dizem Não” é uma parceria da Defensoria Pública de Goiás com o Ministério das Mulheres. O desafio é conter a escalada de violência doméstica, que leva aos feminicídios.
“Eu fui apanhando e recebendo ameaça, apanhando e recebendo ameaça. Por falta do meu conhecimento, eu virei refém dele por meses”, conta uma vítima.
A jovem que era agredida pelo primeiro namorado, também participa das aulas. O agressor não pode chegar perto dela.
Mas, das quase 370 mil mulheres que receberam medidas protetivas de urgência no ano passado no Brasil, quase 22% pediram a retirada. Os motivos: se reconciliaram, querem manter a convivência do pai com os filhos, dependem financeiramente ou receberam ameaças.
“Não é incomum que ela nesse desespero venha solicitar essa revogação de protetiva. Então, nesse momento que ela é informada que é possível pedir alimentos provisórios com uma medida protetiva de urgência, é possível colocar como prioridade a vaga em creche para seus filhos para que essa pessoa possa tentar voltar ao mercado de trabalho”, afirma Tatiana Bronzato, do Núcleo de Defesa da Mulher.
A Justiça tem ferramentas para medir o risco que uma mulher corre de ser vítima de feminicídio. O formulário aplicado em todo o país nos casos de violência doméstica, indica quando as redes de proteção precisam atuar preventivamente.
São perguntas objetivas sobre o comportamento do agressor, acesso a armas, drogas, histórico de agressões. Com base nesse formulário, o Núcleo de Defesa da Mulher em Goiás constatou que, a cada quatro vítimas que abriram mão das medidas judiciais neste ano, uma apresentava elevado risco de morrer.
“A gente está tratando de uma probabilidade. De ofensa corporal grave, ou feminicídio a qualquer tempo”, diz Tatiana.
“Ela não está sozinha. A Polícia Civil, Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana, Poder Judiciário, Ministério Público, são todas instituições extremamente sérias que estão dispostas a dar a essa mulher toda a segurança necessária para que ela possa mudar de vida”, diz a delegada Ana Elisa Gomes.
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28/03/2023 00:58

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