Tecnologia foi implementada para evitar a interrupção de energia no litoral sul do Estado de São Paulo e ampliar a integração de fontes renováveis. Primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala do Brasil é inaugurado em Registro, SP
Divulgação/ISA CTEEP
O primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala do sistema de transmissão brasileiro foi inaugurado na subestação de Registro, no interior de São Paulo. O local é responsável por parte do abastecimento do litoral sul paulista. O projeto beneficiará cerca de 2 milhões de pessoas.
A iniciativa é pioneira e foi desenvolvida pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (ISA CTEEP). O evento de inauguração contou com a presença de diversas autoridades, como Sandoval Feitosa, diretor-geral da Aneel; Gentil Nogueira de Sá Junior, secretário de Energia Elétrica do MME; Ricardo Tili, diretor da Aneel; e Christiano Vieira, diretor de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além da diretoria da empresa.
Eles realizaram uma visita guiada para conhecer os mais de 180 racks de baterias que ocupam uma área de aproximadamente 5 mil m², o equivalente à metade de um campo de futebol.
“Temos convicção de que esse empreendimento, além de ser um grande laboratório setorial, com capacidade de permitir que o país avance ainda mais em tecnologias e conexões de fontes renováveis, será um catalizador da nossa transição energética em direção a uma matriz energética 100% limpa”, disse Rui Chammas, diretor-presidente da ISA CTEEP, na abertura da apresentação do projeto.
Primeiro projeto de armazenamento de energia em larga escala do Brasil é inaugurado em Registro, SP
Divulgação/ISA CTEEP
Sistema de baterias
Os sistemas de baterias têm 30 MW de potência, são capazes de entregar energia de 60 MWh por duas horas e atuam nos momentos de pico de consumo do litoral sul paulista, durante o verão, como um reforço à rede elétrica.
O sistema de armazenamento de energia em baterias foi uma solução proposta pela empresa para evitar o acionamento de geradores a diesel, que utilizam o equivalente de 350 mil litros do combustível. A solução, além de menos poluente, não causa o mesmo ruído dos geradores e elimina o transporte de diesel para manter o contínuo abastecimento dos equipamentos, o que também contribui para a descarbonização do sistema.
Com isso, em dois anos da tecnologia em operação, será evitada a emissão de 1.194 toneladas de Gases de Efeito Estufa (GEE), e a realização de obras em áreas de preservação ambiental, como o Parque Estadual da Serra do Mar.
De acordo com Chammas, os sistemas de armazenamento são considerados a próxima fronteira tecnológica na transição energética, capazes de contribuir com a descarbonização, a descentralização e a digitalização.
“A tecnologia é essencial nessa jornada, porque facilita a inserção de fontes renováveis, na medida em que atua na compensação da variabilidade de geração de energia intermitente, o que permite elevar a integração das fontes eólica e solar ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e, por consequência, reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)”, disse, segundo nova enviada pela empresa.
Para a operação do sistema de armazenamento de energia, a empresa recebe a Receita Anual Permitida (RAP) de R$27 milhões. O investimento previsto pelo regulador é de R$ 146 milhões. Ambos os valores são referentes a junho de 2021, conforme a Resolução Autorizativa 10.892/2021 da Aneel.
Nilton Hirota, prefeito de Registro e Rui Chammas, diretor-presidente da ISA CTEEP, durante inauguração do primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala do Brasil
Divulgação/ISA CTEEP
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