Lindama Benjamin Oliveira, de 59 anos, teve o intestino perfurado e sofreu uma hemorragia após o procedimento. A empresária Lindama Benjamin de Oliveira, de 59 anos, não resistiu após o procedimento
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A Delegacia da Barra da Tijuca apurou que Lindama Benjamin Oliveira, de 59 anos, que morreu após se submeter a uma lipoaspiração, foi alertada pelo filho para tomar cuidado ao realizar o procedimento.
De acordo com as investigações, Lindama morreu dentro da ambulância enquanto era transferida da clínica onde fez uma lipoaspiração.
Na quinta-feira passada (9), Lindama mandou mensagem para o filho Alan falando da cirurgia, o endereço do Hospital Vitee e contou que não tinha avisado a ninguém. O filho desconfiou.
“Você conhece essa clínica? Tá cheia de clínica clandestina no Rio”, diz Alan.
A mãe fala o nome do médico Heriberto Arias, e o filho questiona mais uma vez.
“Mas você conhece, você fez exames, fez tudo? Qual o sobrenome desse médico? Alguém indicou esse lugar para você?”, quis saber.
As mensagens pararam, e pouco antes das 19h, ela volta a falar.
“Alan, já estou aqui na sala de recuperação. Lipou a barriga do lado, na frente, nas costas (…) esse médico aqui da Barra, as meninas disseram que faz isso em muita mulher da Barra, faz isso o tempo todo”, disse.
O filho pede para que ela vá descansar e dê notícias, mas na sexta-feira (10), pela manhã, Lindama começou a passar mal.
Hospital sem alvará e ambulância sem UTI
Quando a irmã de Lindama chegou à clínica, a encontrou sangrando e já com pressão muito baixa. Avisou que ela precisava ser transferida com urgência. Ela foi encaminhada para o Hospital Semiu, na Vila da Penha.
Mas, segundo as investigações, ela não resistiu e morreu no trajeto. A família registrou as imagens dela sendo levada. A informação que a polícia tem é que a ambulância não tinha UTI.
O Hospital Semiu é o mesmo onde morreu Mônica Sueli da Silva, de 55 anos, em junho do ano passado, menos de um mês depois de ter sido operada pelo mesmo médico, Heriberto Ivan Arias Camacho. Ela fez uma plástica no abdômen e colocou prótese de silicone.
Na segunda-feira (13), a Clínica Vitee, na Barra, foi interditada.
O diretor médico, o colombiano Jovani Vilabona Esparza, foi preso em flagrante, já que a clínica se apresentava como um hospital, mas não tinha alvará para oferecer esse tipo de serviço.
Heriberto Ivan Arias camacho foi intimado pela polícia e deve ser ouvido na quinta-feira (15).
A defesa do médico Heriberto Ivan disse que ele se solidariza com a família e amigos da paciente, e que nenhum laudo pericial constatou conduta negligente, imperícia ou imprudente da parte do médico. A Clínica Vitée e o Hospital Semiu não se manifestaram.