Às vésperas da Páscoa, até opções mais baratas de chocolate acumulam alta acima da inflação

No acumulado dos últimos 12 meses, os preços do chocolate em barra, matéria-prima pra quem faz ovos de Páscoa em casa, por exemplo, e do bombom subiram mais de 11%. Preço do chocolate dispara e faz consumidores buscarem alternativas para a Páscoa
O preço do chocolate disparou nos últimos meses e está fazendo muitos consumidores buscarem alternativas para a Páscoa.
A chocolatier Renata Soares faz quitutes saborosos à base de chocolate há 12 anos. O reflexo é uma clientela fiel. Mas este ano, para produzir as delícias, ela está gastando mais, bem mais.
“Por exemplo, o chocolate de gotas que eu uso custava R$ 52 reais, hoje eu estou pagando R$ 63. Eu optei em diminuir do meu lucro para não colocar todo esse aumento para o meu cliente final, para manter o meu cliente. Lucro um pouquinho menos, mas pelo menos a venda é garantida”, afirma.
Tudo o que a Renata falou tem a ver com uma palavra que a gente ouve sempre: inflação. No acumulado dos últimos 12 meses, os preços do chocolate em barra, matéria-prima para quem faz ovos de Páscoa em casa, por exemplo, e do bombom subiram mais de 11% – praticamente o dobro da inflação medida pelo IPCA no período e, no caso do chocolate, pesam também os custos dos ingredientes.
Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas Matheus Peçanha, o principal culpado é o leite, que sofreu altas expressivas no ano passado e ainda não voltou aos patamares mais baixos.
“A gente está começando a ver esse preço arrefecer agora. Essa subida, essa alta, não está com um ritmo tão alto como no ano passado, mas para esse preço cair ainda vai levar um bom tempo”, acredita ele.
Esse mercado conseguiu que as vendas de chocolates neste período pré-Páscoa ficassem além das expectativas. O motivo: teve muita negociação com os fornecedores para segurar os preços.
“No final das contas, de 6 a 8% foi o aumento real dos produtos. A gente tem uma negociação boa e conseguimos manter uma boa parte dos preços do ano anterior”, revela o gerente de marketing Guilherme Simão.
Para atrair esses consumidores, as indústrias do setor este ano também estão apostando em tamanhos, sabores e formatos mais variados. E os economistas lembram que sempre dá pra economizar.
“Faz aquela tradicional caçada. Em vez de caçada aos ovos, de repente caçada ao bombom, caçada à barra de chocolate. Se todo mundo se juntar de um núcleo familiar, de repente dá para fazer uma compra com um volume maior. Vale da criatividade e de muita pesquisa”, orienta o economista da FGV.
A enfermeira Erica Arraes vai seguir a dica:
“Ovo de Páscoa também, já vamos comprar alguns prontos. Criança não pode ficar sem ovo de Páscoa. Coelhinho vai ter que aparecer esse ano”.

12/03/2023 00:56

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