Por falta de participantes, tradição dos penitentes corre risco de acabar no norte da Bahia

Penitentes saem pelas ruas da cidade para rezar pelos que morreram sem ter os pecados perdoados. Tradição dos penitentes, em Juazeiro, corre risco de acabar por falta de participantes
A tradição dos penitentes, em Juazeiro, está em risco de acabar por falta de participantes. O ritual, que se repete todos os anos, no período da Quaresma.
Entre a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira da paixão, o grupo dos alimentadores de alma, homens e mulheres vestindo branco e com os rostos cobertos, saem três vezes por semana pelas ruas do bairro Santo Antônio,
A grande cruz, chamada de madeiro, abre caminho pro cordão, a fila dos penitentes. São sete paradas ao longo do trajeto, que reproduzem as Sete Estações, caminhada de Cristo ao calvário. Em cada parada, o grupo acende velas e faz orações.
Uma das paradas mais importantes é no cemitério da cidade. Lá, eles rezam pelos que já se foram e cantam os benditos, que lembram os lamentos das almas.
Segundo Jesulene “Nenenzinha” Ribeiro, a responsável por manter o único “cordão de alimentadores de almas” que ainda está em atividade em Juazeiro, o movimento foi perdendo força porque ninguém quis coordenar.
“As coordenadoras foram falecendo e ninguem queria assumir. Mas, se Deus quiser, o meu vai ficar do tamanho que era antigamente, vai chegar mais gente”, comentou Nenenzinha.
Com a falta de novos participantes, a tradição secular na cidade pode deixar de existir.
Penitentes saem pelas ruas de Juazeiro, norte da Bahia
Reprodução TV São Francisco
Uma das paradas mais importantes é no cemitério, com cânticos que lembram o lamentos das almas
Reprodução TV São Francisco
Cobertos por lençóis brancos, o cordão de Alimentadores de Almas sai pelas ruas de Juazeiro
Reprodução TV São Francisco
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10/03/2023 23:55

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